Seja bem-vindo à Otamori !!!

Qualquer outro dia teria sido melhor. Qualquer dia. A não ser que fosse um dia chuvoso. Isso era dispensável. Apesar da leve brisa, o calor ainda era evidente. Até as cigarras insistiam em dizer isso. Não havia como fingir. Apenas tentar se proteger embaixo da sombrinha de papel vermelha.

Viagens são boas. ótimas, aliás. Mas sempre havia o medo de perder a lembrança de Otamori. Retornando pela estrada adentrado a cidade, meus pés já reclamavam da viagem. Mas teriam seu tempo, em cada esquina numa paradinha de 5 minutos. O destino não iria sair do lugar. Provavelmente. Creio. Embora esta já fosse hora que a maioria dos cidadães acordavam.

Ajeitando a pequena mochila no ombro, ainda segurando uma sacola de frutas na mão, sacudi os pensamentos da cabeça e prossegui em direção a área residencial.

Normalmente é um tanto incomum que seja visto uma Limousine fora de uma rica e grande cidade, essa era a ocasião naquele dia. Uma Limousine, não tão grande, vinha trazendo cinco pessoas dentro delas, o motorista, um rico mafioso que estava acompanhado por dois guarda-costas e um jovem garoto que estava amarrado e parecia que havia levado uma surra. Esse garoto parecia ter bastante dinheiro, estava trajando roupas finas cor púrpura, entretanto estas estavam surradas, talvez de tanto lutar, correr e tentar escapar da atual situação, seus cabelos caiam sobre o rosto e em seu colo estava seu chapéu fedora, o mafioso fumava seu charuto e ria, brindando com os guarda-costas uma taça de champagne finíssimo.

 ─ Finalmente te pegamos garoto, não foi fácil, mas agora finalmente terá a lição que merece. ─ Dizia o mafioso, apesar da risada, seus olhos queimavam em fúria pelo garoto ─ Você vai desaparecer, sumir do mapa e ficar preso nessa cidadezinha. ─ Dizia com desprezo e logo em seguida dava gargalhadas.

 ─ Você acha? ─ Retrucava o garoto em um tom de voz baixo ─ Pois eu aposto que eu logo saio dessa cidade e te acho, e pode ter certeza que a minha vingança vai ser muito mais doce.

Ao final das palavras do garoto o carro para, a porta se abre e um dos segurança o joga para fora do veículo, ele cai no chão e fica parado fingindo estar desmaiado, um dos guarda-costas se aproxima e diz: "Chefe, acho que ele apagou.". Logo em seguida retira suas algemas, e o garoto se levanta com um movimento rápido e desfere um chute no queixo do guarda-costas, porém, não foi muito longe disso, pois logo em seguida ele foi atingido por um soco do outro guarda-costas que ainda estava ali presente.

 ─ Ele realmente achou que tinha chance? ─ Perguntou retoricamente o mafioso às gargalhadas ─ Vamos homens, e deixe esse lixo aqui, ele nem mesmo sabe onde está.

O Mafioso entra no veículo e joga para perto do corpo do garoto ali inconsciente o seu chapéu, logo em seguida o carro da a partida e ele desaparece, deixando um jovem desmaiado na entrada da cidade.

Pousando sutilmente no solo, eu parava para admirar a cidade a minha frente."Parece um bom lugar.." pensei comigo mesma. Com certa dificuldade começava a arrastar uma mala grande e marrom enquanto caminhava para dentro da cidade, estava sol, por isso mantivera meu guarda chuva aberto todo esse tempo, não gostava nenhum pouco do sol, porém ao mesmo tempo sentia a leve brisa da cidade me desejar boas vindas.

Ao chegar próximo a porta da cidade avistava ao longe uma pessoa deitada no chão, e conforme me aproximava via que era um garoto e que aparentava estar com problemas. Apressei-me para andar mais depressa e arrastar minha mala até o corpo desfalescido. 

Temendo que estivesse apenas dormindo, me abaixei silenciosamente ao seu lado e com as mãos trêmulas o tocava no ombro balançando seu corpo de leve com uma expressão de preocupação no rosto.

- Com licença...Você está bem? - Dizia serenamente esperando que ele acordasse.

Obviamente ele não estava, ao ouvir uma voz ele começou a recobrar a consciência, Frank resmungou alguma coisa, sacudiu a cabeça e esfregou os olhos, ainda estava tentando processar o que aconteceu depois do chute, apagou sem nem perceber o que aconteceu. Por um momento tudo estava bem, ele se levantou, sacudiu a poeira, ajeitou o colete e a gravata, e então elevou as mãos a cabeça, e então ele esbugalhou os olhos e começou a olhar em volta desesperado.

─ CADÊ MEU CHAPÉU? 

Ele começou a correr em volta do local procurando pelo chapéu, aparentemente fazendo muito drama para apenas um item comum de roupa que pode ser comprado em qualquer loja, mas o chapéu aparentava ser realmente especial para ele. 
Ele avistou o chapéu de longe sendo levado pelo vento, e foi correndo busca-lo. Assim que o retomou, ele o ajeitou na cabeça, ele voltou para a entrada da cidade, e então percebera que a voz que tinha ouvido era da garota ali presente.

 ─ Erhm... Oi, desculpe pelo desespero... Bem, é mais ou menos, não na verdade não estou muito bem, eu estou meio que perdido aqui e talvez um pouco machucado... ─ Seu estomago soltou um ronco ─  E faminto...

Assim que ele abrira os olhos, um sorriso formava-se no meu rosto, embora machucado, tinha consciência. O observei ajeitando as vestes porém assustei-me ao ver tamanho desespero pelo chapéu, após ele correr em desespero e por fim aliviar-se por ter recuperado o chapéu eu deixava escapar um leve riso e por fim via que ele me notara ali. 

- Você precisa de cuidados médicos! - ouvia seu estômago roncar e então sorria novamente - E de algo para comer. Vamos adentrar a cidade, podemos procurar um médico e buscar algo para comer.


Lentamente eu me levantava ajeitando meu guarda chuva no meu ombro e então preparava-se para arrastar a mala cidade a dentro. 


- Eu sou Yue, Yue Kashimini. Como você se chama?

─ Ah, claro. Bem me chamo Frank, Frank D'Angelo. ─ Disse sorrindo. ─ E obrigado por me acordar. Enfim, sabe andar pela cidade?

─ Bom, a gente se vira... 

Frank olhou para a mala da garota e só então havia percebido uma coisa: Sim ele havia sido espancado, sequestrado e solto inconsciente em uma cidade desconhecida, mas o mais importante de tudo, ele havia passado por tudo isso e estava sem dinheiro nenhum para sobreviver, inclusive este que vos fala também só percebeu agora isto e está se sentindo um idiota.

─ Eu acho que temos, na verdade eu tenho um probleminha... Eu to sem dinheiro nenhum... ─ Frank suspira dá de ombros. ─ Bem não é a primeira vez, eu me viro. Essa mala parece pesada quer que eu a leve?

─ Tudo bem então... ─ Disse Frank dando de ombros.

E então ele começou a segui-la para dentro da cidade sem ter a minima ideia de que tipo de cidade era aquela.

O som do vento nas folhas era a única companhia que Shinji possuia em seu caminho. Á sua frente existiam apenas mais árvores e a estrada se estendendo por mais alguns metros até fazer uma leve curva e desaparecer atrás de uma colina. 
Olhando para o céu e para os pássaros que planavam sob o vento forte, ele sabia que estava próximo de seu novo destino no qual ouviu falar de alguns andarilhos não muito longe daqui, porém, seu destino teria sido diferente se ele não os tivesse encontrado.

Passando a colina era possível observar que a meta de sua caminhada tinha chegado ao fim. Logo depois de observar isso, era possível perceber um leve sorriso no canto da boca do Shinji...não de alívio, nem de felicidade...mas sim de curiosidade sobre o qua o aguardava depois daquela grandiosa placa.

Ultrapassando o limite da cidade, ele ficou em dúvida em onte iria passar primeiro...onde ia conhecer, aonde iria encontrar a primeira pessoa. "Será que vou encontrar alguém conhecido aqui? Será que vão gostar de mim, de como eu sou?", pensava. Então ele seguiu em frente e deixou-se levar para onde sua intuição mandava.

Zhifa chegava na cidade em um caminhão com a parte de cargas bem grande pois lá se carregava um mecha que era de Zhifa e era o único método de carrega-lo sem usá-lo e além de não chamar a atenção de ninguém pois aquilo poderia alertar as pessoas com medo e o pequeno não queria aquilo...
Ele se dirigia até sua nova casa dentro daquele caminhão.